data-filename="retriever" style="width: 100%;">O Rio Grande colapsou. Basta atentar, nem que seja para os últimos anos, não muitos, para ver o quanto nada socorre ao gaúcho ou, quando em socorro, claudica.
Só este ano, próximo de seu ocaso, em especial, os sulinos se viram sem nada mais, nada menos, que justiça e educação.
Tal qual a greve dos servidores do Judiciário gaúcho que, quando finalmente encerrada foi seguida pela dos professores, em anos anteriores tiveram vez de ausência os homens e mulheres da segurança pública.
Movimentos legítimos, sei eu, e bem sabem o senhor e a senhora, tanto quanto justos diante do sem número de dificuldades funcionais pela falta de implementos capazes de possibilitar a tais categorias fazerem frente às suas incumbências, quanto os arrochos remuneratórios agravados, conforme o caso, pelo desumano parcelamento de proventos de natureza alimentar.
Tanta gente já diagnosticou e até aventou causas das consequências do que assola e já acostumou aos rio-grandenses que nada mais esperam da estrutura estatal, senão sua incômoda presença na hora dos tributos sempre passíveis de aumento se alguém boca-abertear.
Logo nós, que sempre nos jactamos de nossas peculiaridades de jeito, história e tradição, a, sim, sejamos francos, inflamar de honradez e vaidade a condição de sermos daqui ao ponto de existirem até correntes separatistas.
Mas, eis que agora a realidade nos açoita com tão contundentes dificuldades a lecionar mostrando que aquela condição de que falava, a de gaúcho, não era suficiente para nos diferenciar dos demais brasileiros, senão para fazer ver que estamos em piores condições dos que por aqui foram tão criticados e discriminados.
Olhamos para algumas unidades da federação e vemos progresso, abundância, clima e ambiente para o trabalho, o desenvolvimento, a prosperidade. Enquanto aqui, graça à melancolia pelo perecimento das perspectivas, fruto do desatendimento e de cuidados a que negligenciamos reiteradamente no passado, agora e, poderia apostar, seguiremos descuidando.
Segurança, justiça, educação, saúde... O estado que possui miseráveis e mendigos de olhos azuis e que parou alicerçado em suposta supremacia diante dos demais Estados que fizeram, minimamente, suas lições, precisa, mais do que em qualquer outro tempo, ser brasileiro. A tudo o que jocosamente criticamos nos outros, vemos hoje, também incorremos.
Por pior, acresça-se em reconhecimento que, para além dos vícios dos demais, estamos pagando pela nossa soberba. E, sabemos, os soberbos perecem, ao passo que os humildes trabalham e navegam